
Para Libânio a teologia da missão passou, pelo menos, por três momentos. O primeiro teve como base a afirmação de que "fora da Igreja não há salvação"."A salvação aqui é entendida como uma realidade que possuímos antes e que vamos levar", sublinhou. Segundo o teólogo, isso equivale a dizer que cristianismo tinha a salvação e todos os outros povos não tinham a salvação. "Nunca uma afirmação histórica é totalmente falsa. Onde estavam certos os que afirmavam isso? No fato de que a Igreja é responsável por anunciar a salvação. Não podemos perder a consciência de anunciar e comunicar esta salvação", esclareceu. Para Libânio, o limite desta afirmação está em identificar o cristianismo como a única visão de Deus. "Deus não está limitado a nada, a ninguém, a espaço nenhum, a lugar nenhum. Deus se derrama em toda parte. O limite desta visão é querer enquadrar Deus num projeto nosso".
Outra fase na teologia da missão apontada por Libânio foi quando se disse que a "salvação está na pessoa". Segundo o teólogo, um dos defensores desta teologia foi Karl Rahner e tem como fundamento o Deus Trindade que chama para a comunhão."Rahner diz que se você comunga com seu irmão, você realiza a Trindade, então você se salva. Salvação é ser o que sou, mas não somos por nossa força. Somos porque Deus está a nos criar continuamente como seres de comunhão, na comunhão, para a comunhão", destacou o conferencista.
Na América Latina, segundo Libânio, os teólogos começaram a se perguntar também a cerca da realidade e concluíram que a salvação está na transformação desta realidade. O teólogo esclareceu o que é uma práxis transformadora. "Práxis é a ação humana transformadora da realidade para a qual existe uma reflexão, uma teoria, elementos que a explicam", disse, fazendo a distinção entre teoria e ideologia.
Libânio chamou a atenção, ainda, para a pós-modernidade que, em sua opinião, é caracterizada pelo apego ao presente e rejeição ao passado e desprezo ao futuro. Ele chamou isso de "presentismo". "O presentismo é o corrosivo maior da salvação. Por que? Porque o presentismo quer dizer que só interessa o meu prazer, aqui e agora. Todo o resto gira em torno disso. Isso é a negação radical do cristianismo, que é a comunhão. No presentismo tudo gira em torno do eu".O conferencista apontou, ainda, a linguagem como grande desafio à evangelização. Nossa linguagem, queiramos ou não, é autoritária. Vem de quem comunica algo pronto. A linguagem do jovem é inversa. É preciso encontrar o mundo existencial do jovem e falar a linguagem dele".
Fonte: Revista Missoes
No hay comentarios:
Publicar un comentario