Blog de comunicación del Escolasticado Latinoamericano Sacramentino




miércoles, 29 de septiembre de 2010

Papa afirma que liturgia é fundamental na vida cristã

O Papa Bento XVI sublinhou a importância da liturgia na vida espiritual cristã, como foi para Santa Matilde de Hackeborn. Seguindo seu ciclo de escritores cristãos, que, com Hildegarda de Bingen no final de agosto inaugurou uma série de catequeses sobre mulheres insignes, o Papa quis falar sobre uma das grandes figuras do monaquismo alemão.

Santa Matilde de Hackeborn, de família nobre, nasceu e morreu no século XIII, em Turíngia (Alemanha) e viveu quase toda a sua vida no convento de Helfta, na mesma congregação em que estava sua irmã mais velha, Gertrudes.

Naquela época - e graças a Gertrudes -, o mosteiro de Rodersdorf e o de Helfta se converteram, afirmou o Papa, em um importante "centro de mística e de cultura, escola de formação científica e teológica".

Matilde "pela humildade, fervor, amabilidade, limpeza e inocência de vida, familiaridade e intensidade na relação com Deus, com Nossa Senhora e com os santos. Estava dotada de elevadas qualidades naturais e espirituais".

Entre outras, tinha uma voz de extraordinária suavidade. Foi professora do coral do convento, além de mestra de noviças. Matilde era chamada com o apelido de "rouxinol de Deus". "A oração e a contemplação foram o adubo vital da sua existência: as revelações, seus ensinamentos, seu serviço ao próximo, seu caminho na fé e no amor têm aqui sua raiz e seu contexto", explicou o Papa.

"É impressionante a capacidade que esta santa tinha de viver a Liturgia em seus vários componentes, inclusive os mais simples, levando-a à vida monástica cotidiana", acrescentou o Pontífice. "Suas visões, seus ensinamentos, as circunstâncias da sua existência são descritas com expressões que evocam a linguagem litúrgica e bíblica", explicou.

A santa tinha, segundo destacou o Papa, um "profundo conhecimento da Sagrada Escritura, seja tomando símbolos, termos, paisagens, imagens ou personagens". De Matilde, Bento XVI convidou os fiéis a imitarem a importância que ela dava à Liturgia das Horas e à Santa Missa.

"A oração pessoal e litúrgica, especialmente a Liturgia das Horas e a Santa Missa, são a raiz da experiência espiritual de Santa Matilde de Hackeborn."

"Isso é também para nós um forte convite a intensificar nossa amizade com o Senhor, sobretudo através da oração cotidiana e da participação atenta, fiel e ativa da Santa Missa. A Liturgia é uma grande escola de espiritualidade", acrescentou.

Matilde sentia grande predileção pelo Evangelho, que o próprio Jesus, em uma visão, lhe recomendou ler, para compreender "seu imenso amor", que "em nenhum lugar se encontra expresso mais claramente que no Evangelho".
Fonte: ZENIT

domingo, 26 de septiembre de 2010

Amor como serviço aos demais: caminho para a vida, recorda Papa



"Só o Amor com "A" maiúsculo dá a verdadeira felicidade!", aqui e na eternidade, como demonstram pessoas como São Vicente de Paulo e Chiara Badano, afirmou hoje Bento XVI, durante a oração do Ângelus em Castel Gandolfo.

"Nosso destino eterno é condicionado pelo nosso comportamento; depende de nós seguir o caminho que Deus tem nos mostrado para chegar à vida, e esse caminho é o amor, não entendido como sentimento, mas sim como serviço aos outros, na caridade de Cristo", explicou, ao comentar a parábola do homem rico e do pobre Lázaro.

O Papa acrescentou que esta parábola nos recorda que, "enquanto estamos neste mundo, devemos escutar o Senhor que nos fala através das Sagradas Escrituras e viver segundo a sua vontade; caso contrário, após a morte, será tarde demais para se arrepender".

Antes de rezar do Ângelus diante de numerosos fiéis reunidos no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, o Pontífice quis destacar o testemunho da jovem Chiara Badano, beatificada ontem em Roma. O Papa se referiu a ela como a "uma jovem italiana nascida em 1971, e que uma doença levou à morte em menos de 19 anos, mas que foi para todos um raio de luz, como diz o seu sobrenome: ‘Chiara Luce', ‘Clara Luz'". "Sua paróquia, a diocese de Acqui Terme, e o Movimento dos Focolares, ao qual ela pertencia, estão hoje em festa - e é uma festa para todos os jovens, que podem encontrar nela um exemplo de coerência cristã", disse.

Bento XVI destacou a maneira exemplar como esta jovem enfrentou a morte: As suas últimas palavras, de plena adesão à vontade de Deus, foram: ‘Mãe, adeus. Seja feliz, porque eu sou feliz'".
E acrescentou: "Demos graças a Deus, porque seu amor é mais forte do que o mal e a morte; e agradeçamos a Nossa Senhora, que conduz os jovens também através das dificuldades e sofrimentos, a se apaixonarem por Jesus e a descobrirem a beleza da vida".

Por outro lado, Bento XVI destacou o testemunho de São Vicente de Paulo, cuja memória litúrgica será celebrada amanhã. "Na França de 1600, ele tocou com suas próprias mãos o forte contraste entre os mais ricos e os mais pobres", disse.

Ele "soube organizar formas estáveis de serviço às pessoas marginalizadas, dando origem às chamadas ‘Charitées', a ‘Caridade', isto é, grupos de mulheres que colocavam seu tempo e os seus bens à disposição dos mais marginalizados", continuou.

E acrescentou: "Dentre essas voluntárias, algumas optaram por consagrar-se totalmente a Deus e aos pobres. Foi assim que, com Santa Luísa de Marillac, São Vicente fundou as ‘Filhas da Caridade', primeira congregação feminina a viver a consagração ‘no mundo', no meio das pessoas, com os doentes e os necessitados".

Fonte: ZENIT

sábado, 25 de septiembre de 2010

A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma

Leonardo Boff *
Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o "silêncio obsequioso" pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o "Brasil Nunca Mais", onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
Esta história de vida me avalisa fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de ideias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando veem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como "famiglia" mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos de O Estado de São Paulo, de A Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja, na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem desse povo. Mais que informar e fornecer material para a discusão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido a mais alta autoridade do país, ao Presidente Lula. Nele veem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.
Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma), "a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes, nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo -Jeca Tatu-; negou seus direitos; arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação; conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)".
Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascedente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidente de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.
Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados, de onde vem Lula, e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e para "fazedores de cabeça" do povo. Quando Lula afirmou que "a opinião pública somos nós", frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
Outro conceito innovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas, importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, ao fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, que faz questão de não ver; protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra, mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e, no fundo, retrógrado e velhista; ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes?
Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das más vontades deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.
[Teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra].
* Teólogo, filósofo e escritor

Orar em tempos difíceis

Dom Anuar Battisti
Ó Deus criador do céu e da terra, que nos destes a vida, o ar, a água, o sol, o chão e nos fizestes a sua imagem e semelhança, diante de Ti Criador e Pai, venho prostrar-me humildemente e dizer: sou Teu filho criado para crescer, povoar e aperfeiçoar a terra, peço perdão porque até hoje só soube usufruir dos bens que me destes.
A terra está seca, as plantas estão murchando, o ar está poluído, a água está contaminada. Senhor tudo está mudado. Já não existem mais as estações climáticas. Não sei como resistir ao calor e ao frio. Não sei quando virá a chuva abundante. Tudo ao nosso redor parece caminhar para a destruição.
O meu desejo seria começar tudo de novo, mas é impossível. Neste instante Te peço que envie a água da vida, para restaurar a natureza e o meu coração de pedra. Lembro Senhor do que dissestes: "Tu serás feliz se obedeceres aos meus mandamentos!"
Senhor, perdão pela minha desobediência, pela minha falta de amor à natureza tão abundante e fértil. Sei que tudo foi criado por amor, também eu. Porém ainda não aprendi a amar, nem a mim, quanto mais às coisas que criastes. Sei que ainda estou longe da Tua vontade, do Teu projeto de vida.
Senhor, sinto que os meus amigos, meus companheiros de caminhada estão tomando outros caminhos. Muitas vezes me vejo sozinho e me vem o desânimo, a vontade de dizer: está tudo perdido. Muitas vezes sinto-me impotente diante dos problemas que se avolumam a cada dia. Tenho a impressão de que a vida não vale nada. A natureza morre, as coisas morrem, os homens matam-se, tudo parece falar de destruição. Esses sentimentos invadem frequentemente a minha alma.
Restaura Senhor, o valor da vida no meu coração e daqueles que comigo caminham. Senhor, venho humildemente Te pedir, tire esta visão negativa do meu coração, a faste para longe o pessimismo e faça com que eu seja mais corajoso.Ajuda-me a superar a mim mesmo e aos meus limites humanos e assim olhar o mundo como Tu o vê.
Ilumina Senhor, com Teu Espírito a minha mente e o meu coração a fim de que eu possa ser um sinal concreto do teu amor. Dá-me Senhor o entusiasmo para ir além dos obstáculos e dificuldades que me rodeiam. Aumentai a minha fé, a fim de transpor as montanhas da destruição da vida, principalmente de milhares de jovens que sem sentido buscam a felicidade sem limites. Quero ser um instrumento de amor e de esperança, para dar um novo sabor à vida, quero ser luz para iluminar as trevas da morte, quero ser cada vez mais seu filho para ser digno de chamar-te de meu Pai.
Senhor, nestes tempos difíceis, peço-lhe ainda o dom do discernimento para poder escolher sob a Tua luz, os candidatos aos cargos públicos, como dirigentes de nosso país. Às vezes penso que poucos são dignos de confiança, porém preciso escolher, não posso furtar-me desta oportunidade de exercer a minha responsabilidade como cidadão brasileiro.
Senhor, nas vésperas de celebrar o dia da pátria, o Dia da Independência, olhai com amor paterno todos os teus filhos e filhas espalhados nos mais recônditos lugares deste país continental.O Brasil nasceu aos pés da Tua cruz. Firmai o meu passo e o de todos nós brasileiros, como discípulos que queremos ser, seguindo-te como Caminho, Verdade e Vida. Ó Maria Mãe Aparecida, Rainha e Padroeira desta Pátria amada, ajudai-nos a "fazer tudo o que Teu filho disser", neste tempo e momento difíceis que vivemos. Amém.

''Eu sou ateu e tenho valores''

Não há verdades nem mentiras. Em história, há subjectividade de quem interpreta os factos , começou por dizer Fernando Rosas, um dos oradores do painel sobre Igreja versus República: verdades e mentiras . No debate final, a separação do Estado e da Igreja e os valores neutros foram os grandes temas em discussão. A laicidade do Estado é uma reforma de modernidade cívica portuguesa absolutamente essencial. A República cometeu um erro mortal: permitir que a laicidade do Estado que era uma justa prioridade se tornasse numa questão religiosa, afirmou.
Para o político e historiador, o Estado pode e deve ser neutro do ponto de vista religioso . Sobre o assunto acrescenta ainda: A primeira condição para haver liberdade religiosa é o Estado não ter religião. Assume-se como um defensor da neutralidade religiosa do Estado . Contudo não quer dizer que haja ausência de valores cívicos, frisa. A República tem valores cívicos: no que respeita à solidariedade, ao respeito pelo próximo, à justiça social. São valores cívicos do Estado e que eu não vejo como necessariamente religiosos , explicou aos participantes das Jornadas. Eu sou ateu e tenho valores. Não acho que sejam neutros; são os meus valores, defendeu, questionado sobre a questão da educação. A escola em si mesma não tem que veicular valores religiosos, considera.
Para o deputado, o que estabelece os valores dominantes é o voto dos cidadãos. Considera a religião uma escolha individual , embora esta possa ser veiculada publicamente, pois vivemos em democracia, lembrou.

Retomar a dimensão mística da vida cristã

O Cardeal-Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, convida os católicos – por meio de sua carta pastoral intitulada “Nova Evangelização - um desafio pastoral" – a retomar toda uma espiritualidade, a dimensão mística da vida cristã, através de uma experiência séria de oração.

Em declarações ao departamento de comunicação do Patriarcado de Lisboa, Dom José Policarpo defende que “nem sempre o ato de evangelizar tem sido concebido com essa exigência fundamental do amor, da caridade de Jesus Cristo pelo mundo, e de comunicar o mistério com a mesma veemência de amor”.

A questão fundamental que hoje se coloca é saber em que medida aqueles que trabalham na Igreja levam a cabo essa missão “apenas como uma tarefa programada ou o fazem com paixão”.

A pedagogia defendida pela carta pastoral deve ser aplicada “a todos aqueles que quiserem viver profundamente a sua vocação cristã”, independentemente do caminho que escolheram.

O cardeal Policarpo dá como exemplo o matrimónio: “Se o leigo casado não vive o seu casamento como caminho de santidade, como é que ele pode evangelizar? Nem sequer evangeliza a própria família”.

“Sem este dinamismo, sem este ardor, os leigos estão condenados a executar tarefas”, afirma.
Por agora, as propostas feitas no documento vão ainda ser estruturadas, nas suas diversas formas de ser, mas D. José Policarpo garante que quem quiser participar “terá meios de aprofundamento e de preparação”.
Fonte: ZENIT

jueves, 23 de septiembre de 2010

Sociedade quer aplicação imediata da Ficha Limpa

Vice-presidente da CNBB enfatiza necessidade de “política séria”
– O vice-presidente da CNBB e arcebispo de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, afirma que a sociedade espera do Supremo Tribunal Federal a aplicação imediata da Lei Ficha Limpa. O Supremo analisa nesta quarta-feira a validade da lei.

“Estamos vivendo um momento histórico. A CNBB entrou com muita força nesse processo todo. Conseguimos quatro milhões de assinaturas se contarmos as feitas pela internet, o que mostra que atuamos de forma árdua e intensa”, disse o arcebispo, segundo refere a CNBB.

“Agora chegou a vez do nosso organismo jurídico maior dar a resposta que a sociedade tanto quer, que é a imediata aplicação da Ficha Limpa. Confiamos nos ministros desta casa [STF], e eles levarão em consideração a vontade do povo. Tenho certeza que sairemos vencedores dessa luta”, afirmou Dom Luiz Soares.

O arcebispo participou nessa terça-feira, representando a CNBB, do lançamento de um manifesto em defesa da Lei Ficha Limpa, na sede nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília.

O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, após o lançamento do manifesto, afirmou: "chega de dinheiro em cuecas e nas meias. A sociedade brasileira está cansada de escândalos que se repetem no dia-a-dia. É necessário que tenhamos um fim para tudo isso e o Ficha Limpa é o começo desse fim".

"Tenho certeza de que o STF, ao apontar a constitucionalidade da lei e sua validade para essas eleições, dará um grande passo para tornar este um país cada vez mais republicano", disse.

Ao ser questionado sobre qual será o sentimento da sociedade caso a Lei Ficha Limpa seja declarada inconstitucional pelo plenário do STF, Dom Luiz Soares Vieira afirmou: "será uma grande frustração".

"O que a sociedade quer é ter uma política séria e quer dispor de um instrumento por meio do qual possa ser defendida de maus políticos. A Lei Ficha Limpa veio para isso", disse o vice-presidente da CNBB.
Fonte: ZENIT

viernes, 17 de septiembre de 2010

Voy abriendo caminos para dejarte / Las cosas buenas que aprendo mientras camino mis calles / Me llevare Las buenas luces que tiene la gente / Que me iluminan la vida y me regalan mi suerte

[Como un rio que camina hacia el mar]

Quiero ver la risa del sol por las mañanas / Que venga siempre a golpearnos la ventana / Yo quiero un sol, yo quiero un sol que me acompañe / Hablando siempre de frente, tirando todo lo malo / Voy abriendo caminos para encontrarte / En este mundo perdido tambien hay buenos amigos / Y me llevare Las buenas luces que tiene la gente / Y cuando me sienta solo me cuidaran para siempre

[Como un rio que camina hacia el mar]

Quiero ver la risa del sol por las mañanas / Que venga siempre a golpearnos la ventana / Yo quiero un sol, yo quiero un sol que siempre me acompañe / Hablando siempre de frente, tirando todo lo malo [Como un rio que camina hacia el mar]

Saca el dolor afuera, y no te quedes a esperar [Como un rio que camina hacia el mar] Ríe, llora / Que aun queda mucho por andar. / Y anunque en el mundo hay personas tan grises / Hay otras que no paran de brillar. En esta vida que se me termina / No quiero ya dejarte de cantar [Como un rio que camina hacia el mar] Saca el dolor afuera Y no te quedes a esperar [Como un rio que camina hacia el mar] Ríe, llora / Que aun queda mucho por andar [Como un rio que camina hacia el mar] Ojala que llueva cafe en el campo

Papa convida à fidelidade e a não se deixar levar pelas modas

Bento XVI advertiu os cristãos sobre uma mentalidade promovida por "modas do momento", dizendo que a fidelidade à Palavra de Deus implica em uma atitude obediente para compreender mais profundamente os desígnios de Deus. O Papa fez este convite durante a celebração ecumênica que se realizou na abadia de Westminster. Lá rezaram as Vésperas, com a presença do arcebispo Rowam Williams, líder da Comunhão Anglicana.

Esta foi a última atividade do segundo dia do Papa na Inglaterra, depois de uma apertada agenda, que incluiu um discurso sobre educação, outro sobre a sociedade civil, o diálogo inter-religioso, as relações ecumênicas e uma reunião formal com o bispo Williams.

Durante as Vésperas, o Papa destacou a celebração dos 100 anos do movimento ecumênico moderno, que começou com o convite da Conferência de Edimburgo à unidade cristã. Bento XVI disse que é necessário "agradecer pelos notáveis progressos realizados com relação a este nobre objetivo" e assegurou que "somos conscientes do muito que ainda resta por fazer".

Indicou que a proclamação cristã e o testemunho são cada vez mais importantes, em um mundo marcado não somente pelo individualismo, mas também "indiferente ou inclusive hostil à mensagem cristã".

O Papa assegurou que a fidelidade exige obediência para poder alcançar "uma compreensão mais profunda da vontade do Senhor" e advertiu que esta obediência deve estar "livre de conformismo intelectual ou acomodação fácil às modas do momento".

"Esta é a palavra de estímulo que desejo deixar-vos nesta noite e o faço com fidelidade ao meu ministério de Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro, encarregado de cuidar especialmente da unidade do rebanho de Cristo."

Fiel e aberta

O Papa citou o exemplo de um santo inglês, Beda o Venerável: "Na aurora de uma nova era para a sociedade e para a Igreja, Beda compreendeu tanto a importância de ser fiel à palavra de Deus transmitida pela tradição apostólica como a necessidade de abertura criativa aos novos desenvolvimentos e exigências de uma adequação correta do Evangelho à linguagem contemporânea e à leitura", disse.

A nação e o continente estão mais uma vez "no limiar de uma nova etapa - refletiu o Papa. Que o exemplo de São Beda inspire os cristãos destas terras a redescobrirem sua herança comum, a reforçar o que têm em comum e a prosseguir no esforço de crescer na amizade".

O Papa disse que a unidade da Igreja "não pode ser outra coisa a não ser a unidade na fé apostólica, na fé confiada a cada novo membro do Corpo de Cristo durante o rito do Batismo".

"Queridos amigos - concluiu -, todos nós somos conscientes dos desafios, das bênçãos, das decepções e dos sinais de esperança que marcaram nosso caminho ecumênico. Nesta noite, coloquemos tudo isso nas mãos do Senhor, confiando em sua providência e no poder da sua graça."


Fonte: ZENIT

jueves, 16 de septiembre de 2010

Consagradas mostram como Igreja é pura e bela, afirma Papa

Após a catequese das últimas duas semanas, sobre Hildegarda de Bingen, o Papa Bento XVI quis propor hoje, durante a audiência geral, o exemplo de outra mulher da Idade Média: Santa Clara de Assis.

"Seu testemunho mostra-nos o quanto a Igreja deve a mulheres corajosas e ricas na fé como ela, capazes de dar um impulso decisivo para a renovação da Igreja", sublinhou o Papa, destacando também que, "nos séculos medievais, o papel das mulheres não era secundário, mas considerável".

Esta santa, "uma das mais amadas", foi contemporânea de São Francisco de Assis, a quem esteve unida por uma forte amizade e uma experiência de fé comum. "São os santos que mudam o mundo para melhor, transformam-no de forma duradoura, injetando-lhe as energias que só o amor inspirado pelo Evangelho pode suscitar. Os santos são os grandes benfeitores da humanidade!", afirmou o Papa.

Clara, enfrentando sua família, uniu-se aos frades menores de São Francisco e fez os votos de sua consagração em 1211. Após isso, viveu até sua morte com um grupo de seguidoras, no convento de clausura de São Damião.

"Como Clara e suas companheiras, inumeráveis mulheres no curso da história ficaram fascinadas pelo amor de Cristo que, na beleza de sua Divina Pessoa, preencheu seus corações. E a Igreja toda, através da mística vocação nupcial das virgens consagradas, demonstra aquilo que será para sempre: a Esposa bela e pura de Cristo", afirmou o Santo Padre.

De fato, a santa foi a "pobre e humilde virgem esposa de Cristo", afirmou Bento XVI, recolhendo algumas das frases amorosas da santa a Cristo, em uma das quatro cartas que enviou a Santa Inês de Praga.

Outro dos traços da santa, explicou o Papa, foi sua amizade com São Francisco: "A amizade é um dos sentimentos humanos mais nobres e elevados que a Graça divina purifica e transfigura", afirmou, recordando o exemplo de outros santos.

O terceiro aspecto que Bento XVI sublinhou de Clara de Assis foi a radicalidade da pobreza associada à confiança total na Providência divina. De fato, ela obteve do Papa o chamado Privilegium Paupertatis, que permitia - algo inédito naquela época - não ter nenhuma propriedade material.

"Tratava-se de uma exceção verdadeiramente extraordinária em relação ao direito canônico vigente, e as autoridades eclesiásticas daquele tempo o concederam apreciando os frutos de santidade evangélica que reconheciam na forma de viver de Clara e de suas irmãs", explicou. No convento de São Damião, Clara "praticou de modo heróico as virtudes que deveriam distinguir cada cristão: a humildade, o espírito de piedade e de penitência, a caridade, (...) submetendo-se também a tarefas muito humildes".

"Sua fé na presença real da Eucaristia era tão grande que em duas ocasiões se comprovou um fato prodigioso. Só com a ostensão do Santíssimo Sacramento, afastou os soldados mercenários sarracenos, que estavam a ponto de agredir o convento de São Damião e de devastar a cidade de Assis", destacou.

O Santo Padre concluiu afirmando que as clarissas "têm um belíssimo papel na Igreja, com sua oração e sua obra".

miércoles, 15 de septiembre de 2010

Mensagem do Papa para a JMJ de Madri 2011

Apresentamos a Mensagem do Papa Bento XVI para a XXVI Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá em Madri, em agosto de 2011.

«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7).
Queridos amigos!
Penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney de 2008. Lá vivemos uma grande festa da fé, durante a qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma comunhão intensa entre os participantes, que vieram de todas as partes do mundo. Aquele encontro, assim como os precedentes, deu frutos abundantes na vida de numerosos jovens e de toda a Igreja. Agora, o nosso olhar dirige-se para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid em Agosto de 2011. Já em 1989, poucos meses antes da histórica derrocada do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez etapa na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, num momento em que a Europa tem grande necessidade de reencontrar as suas raízes cristãs, marcamos encontro em Madrid, com o tema: «Enraizados e edificados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Por conseguinte, convido-vos para este encontro tão importante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. E gostaria que todos os jovens, quer os que compartilham a nossa fé em Jesus Cristo, quer todos os que hesitam, que estão na dúvida ou não crêem n’Ele, possam viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo e do seu amor por todos nós.

Na nascente das vossas maiores aspirações!
1. Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Certamente, recordando a minha juventude, sei que estabilidade e segurança não são as questões que ocupam mais a mente dos jovens. Sim, a procura de um posto de trabalho e com ele poder ter uma certeza é um problema grande e urgente, mas ao mesmo tempo a juventude permanece contudo a idade na qual se está em busca da vida maior. Se penso nos meus anos de então: simplesmente não nos queríamos perder na normalidade da vida burguesa. Queríamos o que é grande, novo. Queríamos encontrar a própria vida na sua vastidão e beleza. Certamente, isto dependia também da nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e durante a guerra nós fomos, por assim dizer, «aprisionados» pelo poder dominante. Por conseguinte, queríamos sair fora para entrar na amplidão das possibilidades do ser homem. Mas penso que, num certo sentido, todas as gerações sentem este impulso de ir além do habitual. Faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida quotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande. Trata-se apenas de um sonho vazio que esvaece quando nos tornamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal do facto que foi Ele quem nos criou, de que temos a Sua «marca». Deus é vida, e por isso todas as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, a privar-se da plenitude e da alegria: «De facto, sem o Criador a criatura esvaece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 36). A cultura actual, nalgumas áreas do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um facto privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho — como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família — constata-se uma espécie de «eclipse de Deus», uma certa amnésia, ou até uma verdadeira rejeição do Cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder a própria identidade profunda.
Por este motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar o vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja! Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes, bases sólidas! E isto é particularmente verdadeiro hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir a sua vida, tornando-se assim profundamente inseguros. O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.
Enraizados e fundados em Cristo
2. Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «fundado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de as comentar, deve-se observar simplesmente que no texto original as três palavras, sob o ponto de vista gramatical, estão no passivo: isto significa que é o próprio Cristo quem toma a iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.
A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra. O profeta Jeremias escreve: «Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua a produzir frutos» (Jr 17, 7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter confiança em Deus. D’Ele obtemos a nossa vida; sem Ele não poderíamos viver verdadeiramente. «Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho» (1 Jo 5, 11). O próprio Jesus apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso a fé cristã não é só crer em verdades, mas é antes de tudo uma relação pessoal com Jesus Cristo, é o encontro com o Filho de Deus, que dá a toda a existência um novo dinamismo. Quando entramos em relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Há um momento, quando somos jovens, em que cada um de nós se pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais estabelecer, que afectos desenvolver... Neste contexto, penso de novo na minha juventude. De certa forma muito cedo tive a consciência de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É deveras esta a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e de estar totalmente disponível para Ele, ao Seu serviço? Uma decisão como esta deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza: é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo, ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica.
Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada temos numerosos exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2, 23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta os seus discípulos: «Porque me chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por ter sido bem construída» (Lc 6, 47-48).
Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e as derrotas. São-vos apresentadas continuamente propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras, que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o caminho autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé. Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa!
Firmes na fé
3. «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o tempo dos Colossenses daquela época. De facto, há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida das pessoas e da sociedade, perspectivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem aderir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis consequências negativas a nível moral.
Aos irmãos contagiados por ideias alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23), mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e partilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.
Queridos amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida. Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De facto, do coração aberto de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos aspiram.
Crer em Jesus Cristo sem o ver
4. No Evangelho é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé ao acolher o mistério da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Tomé faz parte dos Doze apóstolos; seguiu Jesus; foi testemunha directa das suas curas, dos milagres; ouviu as suas palavras; viveu a desorientação perante a sua morte. Na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava presente, e quando lhe foi contado que Jesus estava vivo e se mostrou, declarou: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no Seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25).
Também nós gostaríamos de poder ver Jesus, de poder falar com Ele, de sentir ainda mais forte a sua presença. Hoje para muitos, o acesso a Jesus tornou-se difícil. Circulam tantas imagens de Jesus que se fazem passar por científicas e O privam da sua grandeza, da singularidade da Sua pessoa. Portanto, durante longos anos de estudo e meditação, maturou em mim o pensamento de transmitir um pouco do meu encontro pessoal com Jesus num livro: quase para ajudar a ver, a ouvir, a tocar o Senhor, no qual Deus veio ao nosso encontro para se dar a conhecer. De facto, o próprio Jesus aparecendo de novo aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente» (Jo 20, 27). Também nós temos a possibilidade de ter um contacto sensível com Jesus, meter, por assim dizer, a mão nos sinais da sua Paixão, os sinais do seu amor: nos Sacramentos Ele torna-se particularmente próximo de nós, doa-se a nós. Queridos jovens, aprendei a «ver», a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda.
Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! «Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» (Catecismo da Igreja Católica, n. 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!».
Amparados pela fé da Igreja para ser testemunhas
5. Naquele momento Jesus exclama: «Porque Me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditaram!» (Jo 20, 29). Ele pensa no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos então que a nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está ligada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas, pelo Baptismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que dá segurança à nossa fé pessoal. O credo que proclamamos na Missa dominical protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: «Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé» (Catecismo da Igreja Católica, n. 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela faz-nos progredir com segurança na fé, que nos dá a vida verdadeira (cf. Jo 20, 31).
Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qualquer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbitos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo!
Amados jovens, a Igreja conta convosco! Precisa da vossa fé viva, da vossa caridade e do dinamismo da vossa esperança. A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e confere-lhe renovado impulso. Por isso as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não só para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está a preparar-se activamente para vos receber e para viver juntos a experiência jubilosa da fé. Agradeço às dioceses, às paróquias, aos santuários, às comunidades religiosas, às associações e aos movimentos eclesiais, que trabalham com generosidade na preparação deste acontecimento. O Senhor não deixará de os abençoar. A Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, ao anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu a obra que Deus estava a realizar nela. Pronunciando o seu «fiat», o seu «sim», recebeu o dom de uma caridade imensa, que a levou a doar-se totalmente a Deus. Interceda por cada um e cada uma de vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Garanto-vos a minha recordação paterna na oração e abençoo-vos de coração.
Vaticano, 6 de Agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.
BENEDICTUS PP. XVI

miércoles, 8 de septiembre de 2010

Necessidade de relação entre beleza e arte?

As teorias estéticas contemporâneas propõem definições extremamente fluidas da arte, até mesmo líquidas, aparentemente elásticas e transitáveis, mas que frequentemente acabam por se revelar extremamente rígidas, com fronteiras intransponíveis.

Um desses limites, sub-repticiamente elevado, diz respeito à separação imperativa de arte e beleza, um limite exterior da arte com referência à transcendência. Essa abordagem lança muitos problemas teóricos para traçar uma definição do conceito de arte.
Gostaríamos de discutir a questão da relação entre arte e beleza, entre arte e transcendência, de um ponto de vista particular, ou seja, refletindo sobre o Magistério da Igreja. Nele encontramos não apenas indicações que têm valor para os crentes, mas também o fundamento sério e rigoroso de um discurso que se mostra como verdadeiro para cada pessoa.

Na Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, Bento XVI, refletindo sobre o espírito da liturgia, dá luz a uma reflexão sobre a arte a serviço da celebração, fundada na ligação profunda entre "beleza e liturgia"; em particular, lê-se: “O mesmo princípio vale para toda a arte sacra em geral, especialmente para a pintura e a escultura, devendo a iconografia religiosa ser orientada para a mistagogia sacramental. Um conhecimento profundo das formas que a arte sacra conseguiu produzir, ao longo dos séculos, pode ser de grande ajuda para quem tenha a responsabilidade de chamar arquitectos e artistas para comissionar-lhes obras de arte destinadas à ação litúrgica; por isso, é indispensável que, na formação dos seminaristas e dos sacerdotes, se inclua, entre as disciplinas importantes, a História da Arte com especial referimento aos edifícios de culto à luz das normas litúrgicas. Enfim, é necessário que, em tudo quanto tenha a ver com a Eucaristia, haja gosto pela beleza; dever-se-á ter respeito e cuidado também pelos paramentos, as alfaias, os vasos sagrados, para que, interligados de forma orgânica e ordenada, alimentem o enlevo pelo mistério de Deus, manifestem a unidade da fé e reforcem a devoção” (n. 41).

A arte sacra, a serviço da liturgia, visa à "mistagogia sacramental" e deve ser impregnada de "gosto pela beleza”. Suspendamos por hora, deixando a análise para um próximo artigo, a afirmação de que é "indispensável" que seminaristas e padres conheçam a história da arte, para formar o gosto pela beleza.

Destaquemos, por sua vez, a relação íntima e inseparável de arte sacra e beleza, fundada no coração da própria liturgia; no mesmo documento, agora lemos: "A beleza da liturgia pertence a este mistério; é expressão excelsa da glória de Deus e, de certa forma, constitui o céu que desce à terra. O memorial do sacrifício redentor traz em si mesmo os traços daquela beleza de Jesus testemunhada por Pedro, Tiago e João, quando o Mestre, a caminho de Jerusalém, quis transfigurar-Se diante deles (Mc 9, 2). Concluindo, a beleza não é um fator decorativo da ação litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há-de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à ação litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza (n. 35).

A beleza, enquanto atributo de Deus, é elemento constitutivo da liturgia e também da arte sacra. Trata-se de uma implicação preciosa, que ancora a beleza da arte sacra em Deus.
Também em uma reflexão externa ao âmbito litúrgico e sacramental, uma séria consideração sobre a arte mostra como a beleza lhe é um atributo constitutivo, porque cada artista opera à imagem de Deus criador, e porque o belo é uma propriedade transcendente do ser, um atributo que tudo possui, porque, enquanto criado, participa do ser de Deus.

Este percurso é traçado por João Paulo II na Carta aos Artistas de 1999, dirigida a todos os artistas no mundo, definidos como "construtores geniais de beleza". Desta forma, João Paulo II dá ao artista o seu próprio campo de ação, destaca o coração de sua identidade. Não se trata de uma consideração puramente descritiva ou constatação de um fato, mas é quase a enunciação de um princípio, o convite a uma nova aliança entre a arte e a beleza.

A definição "construtores geniais de beleza" é complexa e profunda em cada termo. O substantivo "construtores" refere à clássica definição de ars como recta ratio factibilium, ou seja, um campo de produção: o artista é um artífice. É assim evocado um âmbito que infelizmente entrou em desuso em muitas teorias da arte, desprezado nas discussões sobre a real produção artística. O adjetivo “genial” dialoga com toda história da reflexão estética, enfatizando na posse de "gênio", a peculiaridade da arte em comparação com o artesanato e outras técnicas de produção. Mas é o complemento, "beleza", o verdadeiro coração da definição: a beleza é o objeto e a finalidade da própria arte.

Esta ênfase, que se coloca em continuidade com uma tradição multimilenar, é corajosamente contrastada com tantas estéticas contemporâneas do feio, que teorizam a fealdade como o verdadeiro campo artístico ou, pior ainda, propõem uma absoluta indiferença entre o belo e o feio. João Paulo II recoloca a arte no território da beleza, sujeita às regras do fazer, no reconhecimento daquele dom particular que usualmente é chamado de “gênio” e que, no contexto da Carta aos Artistas, revela-se como um talento natural e um dom do Espírito Santo.
O caráter imprescindível da beleza em todas as artes – pintura, escultura, arquitetura... – implica necessariamente um repensar da própria noção de beleza, que, como mostraremos nos próximos artigos, encontra a sua melhor clarificação na tradição aristotélico-tomista medieval e renascentista.
--- --- ---
* Rodolfo Papa é historiador da arte, professor de história das teorias estéticas na Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Urbaniana, em Roma; presidente da Accademia Urbana delle Arti. Pintor, autor de ciclos pictóricos de arte sacra em várias basílicas e catedrais. Especialista em Leonardo Da Vinci e Caravaggio, é autor de livros e colaborar de revistas. Desde 2000, assina uma coluna de história da arte cristã na Rádio Vaticano.

martes, 7 de septiembre de 2010

Padre Libânio fala sobre a teologia do discipulado e da missão no Congresso Vocacional

Teologia do discipulado e da missão. Este foi o tema da conferência de hoje, 5, no 3º Congresso Vocacional do Brasil, que acontece desde sexta-feira, 3, na Casa de Retiro Vila Kostka, em Itaci, município de Idaiatuba (SP). Muito aplaudido, o conferencista, padre João Batista Libânio, falou do seguimento de Jesus ao Pai e apontou a linguagem como grande desafio à evangelização."Seguimos Jesus que segue o Pai", disse o teólogo. Segundo Libânio, Deus vai se revelando na realidade e Jesus faz esta experiência ao longo de sua vida pública. "O real é o grande lugar de Deus falar", explicou. "Trata-se de encontrar Deus em todas as realidades. Não mais ‘amar a Deus sobre todas as coisas , mas ‘em todas as coisas ", acrescentou.
Para Libânio a teologia da missão passou, pelo menos, por três momentos. O primeiro teve como base a afirmação de que "fora da Igreja não há salvação"."A salvação aqui é entendida como uma realidade que possuímos antes e que vamos levar", sublinhou. Segundo o teólogo, isso equivale a dizer que cristianismo tinha a salvação e todos os outros povos não tinham a salvação. "Nunca uma afirmação histórica é totalmente falsa. Onde estavam certos os que afirmavam isso? No fato de que a Igreja é responsável por anunciar a salvação. Não podemos perder a consciência de anunciar e comunicar esta salvação", esclareceu. Para Libânio, o limite desta afirmação está em identificar o cristianismo como a única visão de Deus. "Deus não está limitado a nada, a ninguém, a espaço nenhum, a lugar nenhum. Deus se derrama em toda parte. O limite desta visão é querer enquadrar Deus num projeto nosso".
Outra fase na teologia da missão apontada por Libânio foi quando se disse que a "salvação está na pessoa". Segundo o teólogo, um dos defensores desta teologia foi Karl Rahner e tem como fundamento o Deus Trindade que chama para a comunhão."Rahner diz que se você comunga com seu irmão, você realiza a Trindade, então você se salva. Salvação é ser o que sou, mas não somos por nossa força. Somos porque Deus está a nos criar continuamente como seres de comunhão, na comunhão, para a comunhão", destacou o conferencista.
Na América Latina, segundo Libânio, os teólogos começaram a se perguntar também a cerca da realidade e concluíram que a salvação está na transformação desta realidade. O teólogo esclareceu o que é uma práxis transformadora. "Práxis é a ação humana transformadora da realidade para a qual existe uma reflexão, uma teoria, elementos que a explicam", disse, fazendo a distinção entre teoria e ideologia.
Libânio chamou a atenção, ainda, para a pós-modernidade que, em sua opinião, é caracterizada pelo apego ao presente e rejeição ao passado e desprezo ao futuro. Ele chamou isso de "presentismo". "O presentismo é o corrosivo maior da salvação. Por que? Porque o presentismo quer dizer que só interessa o meu prazer, aqui e agora. Todo o resto gira em torno disso. Isso é a negação radical do cristianismo, que é a comunhão. No presentismo tudo gira em torno do eu".O conferencista apontou, ainda, a linguagem como grande desafio à evangelização. Nossa linguagem, queiramos ou não, é autoritária. Vem de quem comunica algo pronto. A linguagem do jovem é inversa. É preciso encontrar o mundo existencial do jovem e falar a linguagem dele".
Fonte: Revista Missoes

O que é o Grito dos Excluídos

O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
O Grito dos Excluídos, como indica a própria expressão, constitui-se numa mobilização com três sentidos:
• Denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social;
• Tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome;
• Propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.
O Grito se define como um conjunto de manifestações realizadas no Dia da Pátria, 7 de setembro, tentando chamar à atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira. Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças.
As atividades são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos - e se estendem por todo o território nacional.
O Grito dos Excluídos é uma iniciativa que se compõe de uma série de eventos e mobilizações que se realizam ao redor da Semana da Pátria, ou seja, de 01 a 06 finalizando-se no dia 07 de setembro, ou um pouco antes, isso depende da realidade local. Não se trata exatamente de um movimento, uma campanha ou uma organização, mas de um espaço de convergência em que vários atores sociais que se juntam para protestar e propor caminhos novos. As principais manifestações ocorrem no Dia da Independência, pois seu eixo fundamental gira em torno da soberania nacional. O objetivo é transformar uma participação passiva, nas comemorações dessa data, em uma cidadania consciente e ativa por parte da população.Contudo o Grito dos Excluídos não se limita nas ações do dia 07 de setembro. De ponta a ponta do país, podemos subdividir as atividades em um antes, um durante e um depois. Um antes, se nos atemos às reuniões da coordenação nacional, ao encontro dos articuladores, à preparação do material, à divulgação e organização e a uma série de eventos que se destinam à preparação dos agentes e lideranças; um durante quando as ruas e praças das principais cidades do Brasil, com destaque para o Santuário de Aparecida, em São Paulo, onde o Grito e Romaria dos Trabalhadores fazem uma grande parceria. Essas manifestações se enchem de manifestantes, de gritos e de utopia; um depois, no sentido de avaliar e garantir a continuidade das ações, numa espécie de fio condutor que une num único processo os Gritos realizados nesses rincões afora dede grande Brasil.
Como nasceu e quem promove o Grito dos Excluídos? O Grito nasceu de duas fontes distintas, mas, complementares. De um lado, teve origem no Setor Pastoral Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), como uma forma de dar continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade de 1995, cujo lema - Eras tu, Senhor - abordava o tema Fraternidade e Excluídos. De outro lado, brotou da necessidade de concretizar os debates da 2ª Semana Social Brasileira, realizada nos anos de 1993 e 1994, com o tema Brasil, alternativas e protagonistas. Ou seja, o Grito é promovido pela Pastoral Social da Igreja Católica, mas, desde o início, conta com numerosos parceiros ligados às demais Igrejas do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), aos movimentos sociais, entidades e organizações. Nos dois casos, podemos afirmar que a iniciativa não é propriamente criada, mas descoberta, uma vez que os agentes e lideranças apenas abrem um canal para que o Grito sufocado venha a público. A bem dizer o Grito brota do chão e encontra em seus organizadores suficiente sensibilidade para dar-lhe forma e visibilidade.
Por que Grito dos Excluídos? O pressuposto básico do Grito é o contexto de aprofundamento do modelo neoliberal como resposta à crise generalizada a partir dos anos 70 e que se agrava nas décadas seguintes. A economia capitalista globalizada, a precarização das relações de trabalho e a guerra por novos mercados geram massas excluídas por todo o mundo, especialmente nos países periféricos.Os movimentos sociais reagem. No Brasil, as Igrejas cristãs juntamente com outros parceiros promovem na década de 90 as Semanas Sociais. Cresce a consciência das causas e efeitos da exclusão social, como o desemprego, a miséria e a violência, entre outros. O fruto amadurece e nasce o Grito dos Excluídos. Trata-se de uma forma criativa de levar às ruas, praças e campos o protesto contra esse estado de coisas. Os diversos atores sociais se dão conta de que é necessário e urgente dar visibilidade sócio-política à indignação que fermenta nos porões da sociedade, os excluídos/as. Se o mercado tem o direito de dobrar as autoridades políticas com seu "nervosismo", os setores marginalizados da população também podem e devem tornar pública sua condição de excluídos.
Por que 7 de setembro? Desde 1995 foi escolhido o dia 7 de setembro para as manifestações do Grito dos Excluídos. A idéia era aproveitar o Dia da Pátria para mostrar que não basta uma independência politicamente formal. A verdadeira independência passa pela soberania da nação. Um país soberano costura laços internacionais e implementa políticas públicas de forma autônoma e livre, não sob o constrangimento da dívida externa, por exemplo. Relações economicamente solidárias e justiça social são dois requisitos indispensáveis para uma verdadeira independência.Nada melhor que o dia 7 de setembro para refletir sobre a soberania nacional. É esse o eixo central das mobilizações em torno do Grito. A proposta é trazer o povo das arquibancadas para a rua. Ao invés de um patriotismo passivo, que se limita a assistir o desfile de armas, soldados e escolares, o Grito propõe um patriotismo ativo, disposto a pôr a nu os problemas do país e debater seriamente seu destino. É um momento oportuno para o exercício da verdadeira cidadania.

miércoles, 1 de septiembre de 2010

Conferência Episcopal Colombiana realiza Semana pela Paz 2010

A Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), em parceria com o Secretariado Nacional de Pastoral Social (SNPS/Cáritas Colombiana) e Rede Paz, realiza, a partir de quinta-feira, 5, até o dia 12, a Semana pela Paz 2010.
De acordo com a assessoria de imprensa da CEC, o objetivo da campanha é avançar em um processo solidário nacional de exigência e construção da reparação integral das vítimas do conflito armado, que reforça a recuperação da dignidade no contexto da verdade, justiça e paz.
O lema da semana é “Reparação Integral: porque nenhuma vítima está além de mim”.


Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou
Juntos outra vez...

Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar...

Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer...

Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de có
Só nos resta aprender
Aprender...

Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha trazer...

Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cór
Só nos resta aprender
Aprender...