Não há verdades nem mentiras. Em história, há subjectividade de quem interpreta os factos , começou por dizer Fernando Rosas, um dos oradores do painel sobre Igreja versus República: verdades e mentiras . No debate final, a separação do Estado e da Igreja e os valores neutros foram os grandes temas em discussão. A laicidade do Estado é uma reforma de modernidade cívica portuguesa absolutamente essencial. A República cometeu um erro mortal: permitir que a laicidade do Estado que era uma justa prioridade se tornasse numa questão religiosa, afirmou.
Para o político e historiador, o Estado pode e deve ser neutro do ponto de vista religioso . Sobre o assunto acrescenta ainda: A primeira condição para haver liberdade religiosa é o Estado não ter religião. Assume-se como um defensor da neutralidade religiosa do Estado . Contudo não quer dizer que haja ausência de valores cívicos, frisa. A República tem valores cívicos: no que respeita à solidariedade, ao respeito pelo próximo, à justiça social. São valores cívicos do Estado e que eu não vejo como necessariamente religiosos , explicou aos participantes das Jornadas. Eu sou ateu e tenho valores. Não acho que sejam neutros; são os meus valores, defendeu, questionado sobre a questão da educação. A escola em si mesma não tem que veicular valores religiosos, considera.
Para o deputado, o que estabelece os valores dominantes é o voto dos cidadãos. Considera a religião uma escolha individual , embora esta possa ser veiculada publicamente, pois vivemos em democracia, lembrou.
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